segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

'' A arte desaparecerá na medida em que a vida adquirir mais equilíbrio..."

Precisamos falar desse livro com tantos ensinamentos, para quem está em dúvidas sobre o que a arte oferece citarei alguns pontos desse livro. Este livro pertence ao Ernst Fischer, poeta,escritor, filósofo e jornalista, austríaco nascido em 1899 e falecido há vários anos, foi também Ministro da Educação do governo provisório estabelecido em seu país logo após a libertação em 1945.


*A função da arte 


No entanto, será a arte apenas um substituto?  Não expressará ela também uma relação mais profunda entre o homem e o mundo? E naturalmente, poderá a função da arte ser resumida em uma única fórmula? Não satisfará ela diversas e variadas necessidades? 

O problema principal da arte no nosso tempo, em que estala por todas as juntas a armadura do capitalismo é criar uma ponte nova entre o povo e o artista e o povo entenda - se todo o mundo, todos os não artistas, o artista chegou em muitos casos ao estágio absurdo de criar para outros artistas.  A própria angústia da condição humana só pode ser sentida ( ia quase dizer saboreada) por uns poucos esse tipo de angústia é hoje em dia um previlégio dos que dispõem de ócio. Precisa ser estendido a todos.

'' A poesia é indispensável. Se eu ao menos soubesse para quê..." Com este encantador e paradoxal epigrama, Jean Cocteau resumiu ao mesmo tempo a necessidade da arte e o discutível papel no atual mundo burguês. 

A arte concebida como ''substituto da vida'', a arte concebida como o meio de colocar o homem em estado de quilíbrio com o meio circundante trata - se de uma idéia que contém o reconhecimento parcial da natureza da arte e da sua necessidade. Quer ser homem total. Não lhe basta ser indivíduo separado; anseia ''plenitude'' que lhe é fraudada pela individualidade e todas as suas limitações.O homem anseia por absorver o mundo circundante, integrá - lo a si; anseia por estender pela ciência e pela tecnologia o seu ''eu'' curioso e faminto  de mundo até as mais remotas constelações e até os mais profundos segredos do átomo; anseia por unir na arte o seu ''eu'' limitado com uma existência humana coletiva por tornar social a sua individualidade.

Se fosse da natureza do homem o não ser ele mais um indivíduo, tal desejo seria absurdo e incompreensível, porque então como indivíduo ele já seria um todo pleno, já seria tudo o que era capaz de ser. O desejo do homem de se desenvolver e completar indica que ele é mais do que um indivíduo, sente que só pode atingir a plenitude de se apoderar das experiências alheias que potencialmente lhe concernem, que poderiam ser dele. 

Vidas negras importam.

Este blog teria o intuito de ser somente voltado para a arte, mas depois de tanto tempo calada perante aos acontecimentos em nosso país e...